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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Declaração do Imposto de Renda

Quem está obrigado a apresentar a Declaração de Ajuste Anual relativa ao exercício de 2010, ano-calendário de 2009?

Está obrigado a apresentar a declaração o contribuinte, residente no Brasil, que no ano-calendário de 2009:

1 - recebeu rendimentos tributáveis na declaração, cuja soma foi superior a R$ 17.215,08 (dezessete mil, duzentos e quinze reais e oito centavos);

DEDUÇÕES – GERAL DEDUÇÕES PERMITIDAS

Quais as deduções permitidas na legislação para determinação da base de cálculo do imposto sobre a renda?

1 - Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto podem ser deduzidos do rendimento tributável:

a) no caso de retenção na fonte:

• importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão ou acordo judicial ou por escritura pública, inclusive a prestação de alimentos provisionais (Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 643);

• a quantia de R$ 144,20, por dependente, para o ano-calendário de 2009 (Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 4o, inciso III, “a”, com redação dada pela Lei no 11.482, de 31 de maio de 2007, art. 3o);

• as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 644);

• as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no Brasil, cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, observadas as condições e limite estabelecidos no art. 11 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997, com redação dada pela Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004, art. 13 (Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 644);

• as contribuições aos Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), cujo ônus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, cujo titular ou cotista seja trabalhador com vínculo empregatício ou administrador, observadas as condições e limite estabelecidos no art. 11 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997, com redação dada pela Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004, art. 13 (Instrução Normativa SRF no 15, de 6 de fevereiro de 2001, art. 15, inciso IV);

• valor de até R$ 1.434,59, por mês, para o ano-calendário de 2009, relativo à parcela isenta de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, paga pela previdência oficial, ou privada, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 anos de idade (Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, art. 6o, inciso XV, com redação dada pela Lei no 11.482, de 31 de maio de 2007, art. 2o);

2 - Na Declaração de Ajuste Anual e no caso de recolhimento complementar (mensalão) podem ser deduzidas do total dos rendimentos recebidos no ano-calendário de 2009:

a) despesas médicas previstas na Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 8o, inciso II, “a”, pagas para tratamento do contribuinte, de seus dependentes, e de alimentandos em virtude de decisão judicial (Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 80); b) soma dos valores mensais relativos a:

• as despesas escrituradas em livro Caixa, quando permitidas;

• as importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente ou por escritura pública, inclusive a prestação de alimentos provisionais;

• as contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 74, inciso I);

• as contribuições para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, desde que o ônus tenha sido do próprio contribuinte, em beneficio deste ou de seu dependente, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados aos da Previdência Social, observadas as condições e limite estabelecidos no art. 11 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997, com redação dada pela Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004, art. 13 (Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 –Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 74, inciso II, Medida Provisória no 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, art. 61);

• as contribuições aos Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), desde que o ônus tenha sido do próprio contribuinte, em beneficio deste ou de seu dependente, observadas as condições e limite estabelecidos no art. 11 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997, com redação dada pela Lei no 10.887, de 18 de junho de 2004, art. 13 (Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 82, Medida Provisória no 2.158–35, de 24 de agosto de 2001, art. 61);

• a soma das parcelas isentas de até R$ 1.434,59, por mês, para o ano-calendário de 2009, relativas à aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagas pela previdência oficial, ou privada, a partir do mês em que o contribuinte completar 65 anos (Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, art. 6o, inciso XV, com redação dada pela Lei no 11.482, de 31 de maio de 2007, art. 2o; Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 79);

• limite anual de R$ 1.730,40 por dependente (Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 8O, inciso II, “c”, com redação dada pela Lei no 11.482, de 31 de maio de 2007, art. 3o);

• despesas pagas com instrução do contribuinte, de alimentandos em virtude de decisão judicial e de seus dependentes, observadas as condições previstas na Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 8o, inciso II, “b”, até o limite anual individual de R$ 2.708,94 (Lei no 11.482, de 31 de maio de 2007, art. 3o).

RESUMO DO IMPOSTO A PAGAR DA DECLARAÇÃO COMPLETA

Base de cálculo= Rendimentos tributáveis menos deduções.

Imposto= Aplicação da tabela sobre a base de cálculo.

Imposto devido I= Imposto menos Dedução de incentivo (Incentivo à cultura, Incentivo à atividade audiovisual e Estatuto da criança e do adolescente).

Imposto devido II= Imposto devido I menos Contribuição Previdenciária Social do empregador doméstico (a partir do exercício de 2007).

Imposto a pagar ou a restituir= Imposto devido menos imposto retido na fonte menos carnê-leão menos imposto complementar menos imposto pago no exterior.

Resumo do imposto a pagar da declaração simplificada (a partir de 1996)

Base de cálculo= Rendimentos tributáveis menos desconto simplificado.

Imposto devido= Aplicação da tabela sobre a base de cálculo.

Imposto a pagar ou a restituir= Imposto devido menos imposto pago no exterior (até o exercício de 2000) menos imposto retido na fonte menos carnê-leão menos imposto complementar. A partir do exercício de 2006, ano-calendário de 2005, foi permitido reduzir do imposto devido, tanto na declaração completa como na simplificada, o imposto retido na fonte previsto na Lei nº 11.033/2004.

BASE DE CÁLCULO

O que se considera base de cálculo do imposto sobre a renda a ser apurado na declaração?

A base de cálculo do imposto devido é a diferença entre a soma dos rendimentos recebidos durante o ano- calendário (exceto os isentos, não-tributáveis, tributáveis exclusivamente na fonte ou sujeitos à tributação definitiva) e as deduções permitidas pela legislação. (Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, art. 8o; Decreto no 3.000, de 26 de março de 1999- Regulamento do Imposto sobre a Renda (RIR/1999), art. 83) .
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Citações

A pesquisa foi desenvolvida avaliando os procedimentos utilizados em comparação com o que se pretende que seja o ideal, para que, pequenas empresas familiares que são tratadas como um mero sustento de suas famílias possam se profissionalizar diante de nossa realidade e se desenvolver de maneira gradativa acompanhando as atuais exigências de mercado.
 
A finalidade deste estudo surgiu da necessidade de se demonstrar a importância que há para empresas com estas características em sua criação e desenvolvimento a importância da contratação de um profissional especializado para gerir estas organizações que possuem ambição de crescimento e que foram
montadas por famílias, uma vez que, muitas delas se formaram até mesmo sem
projeções alguma em sua iniciação. Também mostrar a importância que é a abertura para uma administração externa e que não precisa exatamente de fora do ciclo familiar, mas, que a escolha seja feita analisando-se o grau de competência e não por critérios familiares.

Nos próximos capítulos veremos um breve histórico dessas empresas em sua fase de iniciação no Brasil, suas conceituações e características demonstrando
seus pontos fortes e fracos. Com base em índices extraídos de pesquisas de renome nacional reafirmaremos a importância que se tem estas pequenas empresas e a realidade que são submetidas por falta de planejamento e capacitação dos nossos gestores.

Uma breve conceituação do perfil de nossos empreendedores e, da razão de
seu surgimento em número tão elevado a cada dia. E como objetivo principal do estudo veremos no quinto capítulo a importância que se tem um profissional da administração à frente de organizações seja no início das atividades ou no processo de profissionalização. Observa-se o perfil ideal para assumir o controle e executar as mudanças necessárias para que a empresa cresça se desenvolva e obtenha sucesso.

BORGES, Márcio Nunes. Gestão empresarial em pequenas empresas familiares

2 EMPRESAS FAMILIARES

2.1 O surgimento de empresas familiares no Brasil


“Em sua história surgiram no Brasil logo após o descobrimento por Portugal no inicio do século XIV, com as companhias hereditárias onde podiam ser transferidas, por herança, aos herdeiros dos capitães que administravam as terras já desbravadas” (OLIVEIRA, 1999).

Com passar dos anos estas mesmas companhias familiares iniciaram um processo contínuo de empreendimentos com a criação e tão logo multiplicação de novas empresas que por sua vez começaram executar obras essenciais para
sociedade daqueles tempos na área estrutural como pontes, estradas, rodovias e
etc. Pode-se dizer que daí surgia o início de uma caminhada onde as empresas
começaram a se formar em diferentes setores com a execução das mais diversas
atividades começando assim formar a nossa economia, hoje com empresas
reconhecidas nacionalmente e algumas até mesmo internacionalmente.

O Brasil tem hoje entre 6 a 8 milhões de empresas, sendo que 90% delas
são empresas familiares (SEBRAE, 2008). Sejam grandes, médias ou pequenas,
estas empresas de origem familiar possuem um papel fundamental no desenvolvimento sócio-econômico e financeiro de diversos países dentre eles o
Brasil por se destacarem como grandes geradoras de emprego e renda.

2.2 Conceito de empresas familiares

O conceito relacionado à empresa ser familiar ou não como notaremos logo
adiante é bastante amplo e cada especialista acredita numa característica especifica para diferenciá-la das demais. Alguns autores a identificam relacionando a uma passagem por um processo de sucessão entre gerações como critério para definição de uma organização familiar, entretanto para outros, basta simplesmente a divisão percentual de capital na referida empresa entre os membros da família para determinar se ela é familiar.
Conforme Oliveira (1999, p. 18), empresa familiar caracteriza-se pela sucessão do poder decisório de maneira hereditária a partir de uma ou mais famílias.

Para Gonçalves (2000, p. 8),
A empresa é propriedade de uma família, detentora da totalidade ou da maioria das ações ou cotas, de forma a ter o seu controle econômico; a família tem a gestão da empresa, cabendo a ela a definição dos objetivos, das diretrizes e das grandes políticas. A família é responsável pela administração do empreendimento, com a participação de um ou mais membros no nível executivo mais alto.

Já para Giglioti (2004, p. 07) empresas familiares são empresas de iniciativa
privada, cujo capital pertence aos membros de uma determinada família.
No entanto Martins; Menezes; Bernhoeft (1999) concordam em partes com
Gonçalves e caracterizam empresa familiar com base na relação entre propriedade e controle. Definindo-a como aquela em que um ou mais membros de uma família exercem parcial ou total controle administrativo.
Nota-se na caracterização de cada autor certa indefinição no conceito de
empresa familiar, o que mostra-nos que ainda estamos longe de se ter um consenso em sua determinação. Mas também podemos observar uma concepção bastante estendida em relação ao assunto abordado, e que pressupõe que em suas características principais torna-se determinante que a família possua a parcela majoritária para que, possa ter privilégios de autoridade e de gestão do negócio. Estabelecendo assim as características principais da gestão familiar.
Se observarem essas empresas em nosso meio, notarão que elas surgem diante da ideia de um empreendedor que em sua maior parte é no mínimo audacioso e detentor de certo nível de tecnologia e principalmente, visão de negócio, onde inicia sua própria empresa geralmente com auxílio de um pequeno número de funcionários. Neste contexto, ele normalmente recebe o apoio e o auxilio
de membros da família, o que pode dar sustentação ao conceito mais simples do
que seja uma empresa familiar.

3 Empreendedores Inovadores

O novo empreendedor deve estar atento a inúmeros critérios que farão com que seus investimentos tenham sucesso, deve estar atento a fatores externos que influenciam no seu desempenho, monitorando os riscos e aproveitando as
oportunidades. Porém, não se esquecendo de alguns fatores internos e muitas
vezes críticos para o sucesso do negócio que também são de sua responsabilidade.

Empreendedores modernos, independentemente do tamanho dos negócios
que estão iniciando, precisam aprender a planejar, elaborar estratégias, gerenciar o fluxo de caixa, conhecer o mercado concorrente, identificar o mercado-alvo, saber vender e saber cobrar. Precisam ter foco, entender o importante papel exercido pelo sócio quando houver. Saber definir quanto, onde e como buscar investimentos.

Novos empreendedores precisam se espelhar em referências de sucesso,
aprender com a experiência de outros, conhecer e que saiba buscar soluções
práticas e que possam ser aplicadas na hora certa em seu negócio.
Segundo Drucker (2002, p. 71), a pessoa imbuída de espírito empreendedor não precisa dar-se à análise das ideias nem explicar a terceiros a teoria que sustenta sobre a empresa, muito menos compreender uma grande massa de detalhes a seu respeito. Ela pensa, analisa e executa. A empresa essa sim precisa de que a teoria a seu respeito seja analisada em profundidade e compreendida. Exige que se determine com clareza sua própria finalidade e missão.

O empreendedor moderno precisa estar por dentro do que o envolve saber
definir os caminhos a serem seguidos, mas não obrigado a saber executar tudo que há dentro de uma empresa o que seria quase impossível a ele, precisa ter visão do futuro e dos negócios envolvidos e saber assimilar as necessidades e exigências internas e externas da corporação.

Com o decorrer do tempo estas empresas, um dia criadas por um
idealizador entusiasmado conseguem apresentar bons resultados oferecendo
produtos e ou serviços de qualidade garantindo o seu espaço no mercado , mas
nem por isso podem dar o luxo de estagnar na posição onde se encontram, pois o
mercado age intensamente e exige contínuas inovações de forma a atender a
realidade atual e a demanda do mercado.
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Jesus, o maior Líder que já existiu

Laurie, com uma visão empresarial e com uma linguagem bastante acessível, conta a trajetória de Jesus como líder.

O livro é divido em três títulos que são as categorias de forças: a força do autodomínio, a força da ação, a força das relações, que é dividido em vários sub-títulos. Muitas vezes repetitivo. Onde essas categorias de forças é apresentado pela autora como um exemplo de gestão.

No primeiro, o autodomínio, a autora demonstra com o exemplo de Jesus que um bom líder se faz primeiramente com auto conhecimento, o auto controle. Tem que se ter objetivos, saber o que quer, saber pra onde ir, acreditar em si mesmo, ser fiel à sua missão, fazer as coisas difíceis, enfrentar seus medos. Ser comprometido.

No segundo, Jesus coloca em pratica o seu plano de ação. Mesmo sendo Jesus, mostrou a todos que ninguém, nem mesmo Ele, consegue trabalhar sozinho. Ele formou uma equipe, que não era a melhor e nem a mais perfeita, mas Ele acreditou em seus colaboradores e conseguiu treiná-los para cumprirem sua missão com sucesso. Onde Ele ensina como ampliar limites, romper barreiras, ser audacioso, buscar o essencial, estar disposto a agir e ser exatamente o que se espera de um líder.

No terceiro, a força das relações, Jesus sabe perfeitamente como lidar com as pessoas e com situações difíceis. Sabia dar responsabilidades, como envolver a equipe no trabalho e fazer as pessoas se comprometerem. Ele sabia dar autoridade a sua equipe, valorizava as pessoas e acima de tudo sabia agradecer. Jesus sabia como educar.

A autora dá fortes exemplos de líderes que, ao longo da história, fizeram sucesso: Reis, rainhas, presidentes, personalidades, que souberam usar as categorias de forças como fez Jesus.

Com uma nova proposta voltada nos princípios de Jesus, onde a autora, O compara com um empresário de sucesso, dá dicas sustentáveis de como formar líderes capazes, eficientes, criativos, inovadores, expressivos, e comprometidos com o crescimento, a realização pessoal e harmônica de sua equipe. O livro apresenta um modelo a ser seguido: um líder que viveu a mais de 2000 anos.

Passamos a maior parte de nossas vidas em nosso local de trabalho. É um local sagrado. Ele precisa estar em perfeita harmonia para que possa render bons frutos, ou seja, ser produtivo, lucrativo. Para tanto precisamos de líderes que incorporem valores fundamentais como cooperação, respeito, boa vontade, amor.

Jesus, o maior líder que já existiu vem mostrar que isto é perfeitamente possível. Ele foi escrito para capacitar nos vários níveis de liderança. É uma excelente obra para auxiliar aqueles que desejam se tornar um grande líder. Laurie Beth Jones usa estes princípios em sua empresa e ajuda a capacitar outras pessoas. Ela é uma empresária de grande sucesso.
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O que é Sociologia

Podemos entender a sociologia como umas das manifestações do pensamento moderno. O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. Foi o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso. O século XVIII constitui um marco importante para a história do pensamento ocidental e para o surgimento da sociologia. As duas revoluções que este século testemunha: a industrial e a francesa, constituía os dois lados de um mesmo processo , qual seja, a instalação definitiva da sociedade capitalista. A palavra sociologia só surge um século depois, por volta de 1830, e são os acontecimentos proporcionados pelas duas revoluções que antecede e a torna possível. A revolução industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor e dos sucessivos aperfeiçoamentos dos métodos produtivos. Ela significou o triunfo da indústria capitalista. Os avanços em relação à consolidação da sociedade capitalista significava a ocultação de costumes e instituições, e a introdução de novas formas de organizar a vida social. A utilização de máquinas na produção, não só destruiu o artesão, que era independente, como forçou o mesmo a viver uma severa disciplina, a novas formas de conduta e de relações de trabalho, totalmente diferentes do que ele estava acostumado. As consequências da rápida industrialização e urbanização levadas a cabo pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trágicas: aumento assustador da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, do infanticídio, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimaram parte da população etc. Um dos fatos de maior importância relacionados com a revolução industrial é sem dúvida o aparecimento do proletariado e o papel histórico que ele desempenharia na sociedade capitalista. Levaram os trabalhadores a manifestações de revolta como: a destruição das máquinas, atos de sabotagem, explosão de algumas oficinas, roubos e crimes, levando assim a criação de associações livres, formação de sindicatos. Com consciência dos seus interesses, começaram a organizar-se para enfrentar os proprietários dos instrumentos de trabalho. Produziram seus jornais, sua própria literatura, criticando a sociedade capitalista e inclinando para o socialismo como alternativa de mudança. Estas mudanças foram importantes para a sociologia. Desencadearam num plano de análise, ou seja, esta passava a se constituir em “problema”, em “objeto” que deveria ser investigado. Os pensadores ingleses que testemunhavam estas transformações e com elas se preocupam não eram, no entanto,homens de ciência ou sociólogos que viviam desta profissão. Eram antes de tudo homens voltados para a ação, que desejavam introduzir determinadas modificações na sociedade. Eles não desejavam produzir um mero conhecimento sobre as novas condições de vida geradas pela revolução industrial, mas procuravam extrair dele orientações para a ação. Tal fato significa que os precursores da sociologia foram recrutados entre militantes políticos, entre indivíduos que participavam e se envolviam profundamente com os problemas de suas sociedades. A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial. É a formação de uma estrutura social muito específica, a sociedade capitalista, que impulsiona uma reflexão sobre a sociedade, sobre suas transformações, suas crises, seus antagonismos de classe. Portanto o surgimento da sociologia, deriva em parte aos abalos provocados pela revolução industrial. Mas ocorreria uma outra circunstância que contribuiu para sua formação. Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento. Desde o século XVI, onde começaram as transformações econômicas, no ocidente europeu, provocaram modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura. Com o emprego da razão e do livre exame da realidade, que eram os traços dos pensadores do século XVII; os chamados racionalistas, contribuiu para libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição, da revelação. Já no século XVIII, alguns historiadores escoceses influencia as ideias de Bacon, como a de que é a indução, e não a dedução, que nos revela a natureza do mundo e a importância da observação enquanto instrumento para a obtenção do conhecimento. E é entre os pensadores franceses deste século que um grupo de filósofos procurou transformar as velhas formas de conhecimento. Os iluministas insistiam numa explicação da realidade baseada no modelo das ciências da natureza. Nesse sentido, eram influenciados mais por Newton, com seu modelo de conhecimento baseado na observação, na experimentação e na acumulação de dados, do que por Descartes, com seu método de investigação baseado na dedução. Combinando o uso da razão e da observação os iluministas analisaram quase todos os aspectos da sociedade. O visível progresso das formas de pensar, fruto das novas maneiras de produzir e viver, contribuía para afastar interpretações baseadas em superstições e crenças infundadas, assim como abria um espaço para a constituição de um saber sobre os fenômenos histórico-sociais. E não era um privilégio apenas de filósofos e homens que se dedicavam ao conhecimento. O “homem comum” dessa época também deixava, cada vez mais, de encarar as instituições sociais, as normas, como fenômenos sagrados e imutáveis, submetidos a forças sobrenaturais, passando a percebê-las como produtos da atividade humana, portanto passíveis de serem conhecidas e transformadas. O objetivo da revolução de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas abolir radicalmente a antiga forma de sociedade, com suas instituições tradicionais, seus costumes e hábitos arraigados, e ao mesmo tempo promover profundas inovações na economia, na política, na vida cultural etc. Um dos fundadores da sociologia, Durkheim, por exemplo, afirmou certa vez que a partir do momento em que a “tempestade revolucionária passou, constituiu-se como que por encanto a noção de ciência social.”. Pensadores franceses da época, como Saint-Simon, Comte, Le Play e outros, concentraram suas reflexões nas consequências da revolução. Utilizaram expressões como “anarquia”, “pertubação”, “crise”, “desordem”, para julgar a nova realidade provocada pela revolução. A tarefa que esses pensadores se propõem é a de racionalizar a nova ordem, encontrando soluções para o estado de “desorganização” então existente. A missão pela qual se entregaram foi de restabelecer a “ordem e a paz”. A verdade é que a burguesia, uma vez instalada no poder, se assusta com a própria revolução. Segundo os interesses da burguesia seria necessário controlar e neutralizar novos levantes revolucionários. Segundo Saint-Simon, afirma que “a filosofia do último século foi revolucionária; a do século XX deve ser reorganizadora”. A tarefa que os fundadores da sociologia assumem é, portanto, a de estabelecer a nova ordem. Comte também é muito claro quanto a essa questão. Para ele, a nova teoria da sociedade, que ele denominava de “positiva”, deveria ensinar os homens a aceitar a ordem existente, deixando de lado a sua negação. Determinados pensadores da época estavam imbuídos da crença de que para introduzir uma “higiene na sociedade, para “reorganizá-la”, seria necessário fundar uma nova ciência. Esta nova ciência surge com interesses práticos e não “como que por encanto”. A jovem ciência assumia como tarefa intelectual repensar o problema da ordem social, enfatizando a importância de instituições como a autoridade, a família, a hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade. Inicialmente revestiu-se de um indisfarçável conteúdo estabilizador, ligando-se aos movimentos de reforma conservadora da sociedade. Numa palavra, a ciência conduz à previdência, e a previdência permite regular a ação. A oficialização da sociologia foi portanto em larga medida uma criação do positivismo, e uma vez assim constituída procurará realizar a legitimação intelectual do novo regime. É no pensamento socialista, em seus diferentes matizes, que o proletariado, esse rebento da revolução industrial, buscará seu referencial teórico para levar adiante as suas lutas na sociedade de classes. A sociologia sempre foi algo mais do que mera tentativa de reflexão sobre a moderna sociedade. Suas explicações sempre contiveram intenções práticas, um desejo de interferir no rumo desta civilização, tanto para manter como para alterar os fundamentos da sociedade que a impulsionaram e a tornaram possível.
 
CAPÍTULO SEGUNDO: A FORMAÇÃO No final do século passado, o matemático francês Henri Poicaré referiu-se à sociologia como ciência de muitos métodos e poucos resultados. As inúmeras pesquisas realizadas pelos sociólogos, a presença da sociologia nas universidades, nas empresas, nos organismos estatais, atestam a sua realidade. A existência de interesses opostos na sociedade capitalista penetrou e invadiu a formação da sociologia. Este contexto histórico influenciou enormemente suas visões a respeito de como deveria ser analisada a sociedade, refletindo-se também no conteúdo político de seus trabalhos. Tal situação, evidentemente, continua afetando os trabalhos dos sociólogos contemporâneos. Não podemos perder de vista o fato de que a sociologia surgiu num momento de grande expansão do capitalismo. Alguns sociólogos assumiram uma atitude de otimismo diante da sociedade capitalista nascente, identificando os valores e os interesses da classe dominante como representativos do conjunto da sociedade. O ponto de partida dos conservadores foi o impacto da Revolução Francesa, que julgavam um castigo de Deus à humanidade. Não cansavam de responsabilizar os iluministas e suas ideias como um dos elementos desencadeadores da Revolução de 1789. Consideravam as crenças iluministas como aniquiladoras da propriedade, da autoridade, da religião e da própria vida. A Revolução de 1789 era, na visão dos “profetas do passado”, o último elo dos acontecimentos nefastos iniciados com o Renascimento, a Reforma Protestante e a Era da Razão. As ideias dos conservadores constituíam um ponto de referência para os pioneiros da sociologia, interessados na preservação da nova ordem econômica e política que estava sendo implantada nas sociedades europeias ao final do século passado. É entre os autores positivistas, de modo destacado Saint-Simon, Auguste Comte e Emile Durkheim, que as ideias dos conservadores exerciam uma grande influência. Alguns deles chegavam a afirmar que a “escola retrógrada”, por eles considerada imortal, seria sempre merecedora da admiração e da gratidão dos positivistas. É comum encontrarmos a inclusão de Saint-Simon (1760-1825) entre os primeiros pensadores socialistas. Ele também é saudado como um dos fundadores do positivismo. Durkheim costumava afirmar que o considerava o iniciador do positivismo e o verdadeiro pai da sociologia, em vez de Comte, que geralmente tem merecido esse destaque. Saint-Simon tem sido geralmente considerado o “mais eloquente dos profetas da burguesia”, um grande entusiasta da sociedade industrial. O avanço que estava ocorrendo no conhecimento científico foi percebido por ele, que notou, no entanto, uma grande lacuna nesta área do saber. Tratava-se, exatamente, da inexistência da ciência da sociedade. Ela era vital, em sua opinião, para o estabelecimento da nova ordem social. A nova ciência deveria descobrir as leis do progresso e do desenvolvimento social. Jamais ocultou sua crença de que as melhorias das condições de vida dos trabalhadores deveriam ser iniciativa da elite formada pelos industriais e cientistas. Comte é um pensador inteiramente conservador, um defensor sem ambiguidades da nova sociedade. Para ele, a propagação das ideias iluministas em plena sociedade industrial somente poderia levar à desunião entre os homens. Para haver coesão e equilíbrio na sociedade seria necessário restabelecer a ordem nas ideias e nos conhecimentos, criando um conjunto de crenças comuns a todos os homens. Em seus trabalhos, sociologia e positivismo aparecem intimamente ligados, uma vez que a criação desta ciência marcaria o triunfo final do positivismo no pensamento humano. O advento da sociologia representava para Comte o coroamento da evolução do conhecimento científico, já constituído em várias áreas do saber. A nova ciência deveria utilizar em suas investigações os mesmos procedimentos das ciências naturais, tais como a observação, a experimentação, a comparação etc. Comte considerava como um dos pontos altos de sua sociologia a reconciliação a “ordem” e o “progresso”, pregando a necessidade mútua destes dois elementos para a nova sociedade. A sociologia positivista considerava que a ordem, existente era, sem dúvida alguma, o ponto de partida para a construção da nova sociedade. Também para Durkheim (1858-1917) a questão da ordem social seria uma preocupação constante. De forma sistemática, ocupou-se também com estabelecer o objeto de estudo da sociologia, assim como indicar o seu método de investigação. É através dele que a sociologia penetrou a Universidade, conferindo a esta disciplina o reconhecimento acadêmico. Durkheim acreditava que a raiz dos problemas de seu tempo não era de natureza econômica, mas sim uma certa fragilidade da moral da época em orientar adequadamente o comportamento dos indivíduos. Para ele, seria de fundamental importância encontrar novas ideias morais capazes de guiar a conduta dos indivíduos. Possuía uma visão otimista da nascente sociedade industrial. O positivismo durkheimiano acreditava que a sociedade poderia ser analisada da mesma forma que os fenômenos da natureza. O sociólogo precisava se encontrar em um estado de espírito semelhante ao dos físicos ou químicos. A função da sociologia, nessa perspectiva, seria a de detectar e buscar soluções para os “problemas sociais”, restaurando a “normalidade social” e se convertendo dessa forma numa técnica de controle social e de manutenção do poder vigente. A formação e o desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e negador da sociedade capitalista sem dúvida liga-se à tradição do pensamento socialista, que encontra em Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903). Constitui uma complexa operação intelectual, na qual são assimiladas de maneira crítica as três principais correntes do pensamento europeu do século passado, ou seja, o socialismo, a dialética e a economia política. Se a preocupação básica do positivismo foi com a manutenção e a preservação da ordem capitalista, é o pensamento socialista que procurará realizar um crítica radical a esse tipo histórico de sociedade, colocando em evidência os seus antagonismos e contradições. Para eles o materialismo então existente também apresentava falhas, pois era essencialmente mecanicista, isto é, concebia os fenômenos da realidade como permanentes e invariáveis. Segundo eles, este materialismo estava em descompasso com o progresso das ciências naturais, que já haviam colocado em relevo o funcionamento dinâmico dos fenômenos investigados, desqualificando uma interpretação que analisa a natureza como coisa invariável e eterna. A aplicação do materialismo dialético aos fenômenos sociais teve o mérito de fundar uma teoria científica de inegável alcance explicativo: o materialismo histórico. A função da sociologia, nessa perspectiva, não era a de solucionar os “problemas sociais”, com o propósito de restabelecer o “bom funcionamento da sociedade”, como pensavam os positivistas. Ela deveria contribuir para a realização de mudanças radicais na sociedade. Sem dúvida, foi o socialismo, principalmente o marxista, que despertou a vocação crítica da sociologia, unindo explicação e alteração da sociedade, e ligando-a aos movimentos de transformação da ordem existente. Ao contrário da sociologia positivista, que via na crescente divisão do trabalho na sociedade moderna uma fonte de solidariedade entre os homens, Marx a apontava como uma das formas pelas quais se realizavam as relações de exploração, antagonismo e alienação. Contrariamente à Sociologia positivista, que concebia a sociedade como um fenômeno “mais importante” que os indivíduos que a integram, submetendo-o e dominando-o, a sociedade, nessa perspectiva era concebida como obra e atividade do próprio homem. São os indivíduos que, vivendo e trabalhando, a modificam. Mas, acrescentavam eles, os indivíduos não a modificam ao seu bel prazer, mas a partir de certas condições históricas existentes. A intenção de conferir à sociologia uma reputação científica encontra na figura de Max Weber (1864-1920) um marco de referência. A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes, e o político, homem de ação e de decisão comprometido com as questões práticas da vida. A ideia de uma ciência social neutra seria um argumento útil e fascinante para aqueles que viviam e iriam viver da sociologia como profissão. A formação da sociologia desenvolvida por Weber é influenciada enormemente pelo contexto intelectual alemão de sua época. A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e a sua ação como ponto chave da investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das “instituições sociais” ou do “grupo social” tão enfatizadas pelo pensamento conservador. É no período que vai de 1830 às primeiras décadas do nosso século que ocorre a formação dos principais modos e conceitos de investigação da sociologia. 
 
CAPÍTULO TERCEIRO: O DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento desta ciência tem como pano de fundo a existência de uma burguesia que se distanciara de seu projeto de igualdade e fraternidade, e que, crescentemente, se comportava no plano político de forma menos liberal e mais conservadora, utilizando intensamente os seus aparatos repressivos e ideológicos para assegurar a sua dominação. Foram vários fatos que evidenciavam o caráter transitório e passageiro da sociedade moldada pela burguesia. São eles: o surgimento de grandes empresas, monopólio de produtos e mercados, o surgimento de guerras, a intensificação da organização política do movimento operário, as revoluções socialistas. Estes fatos abalavam as crenças na perfeição da civilização capitalista. Isto provocou sensíveis repercussões no pensamento sociológico contemporâneo. Estes acontecimentos fez com que o conhecimento científico fosse submetido aos interesses da ordem estabelecida. A sociologia também, em boa medida, passou a ser empregada como técnica de manutenção das relações dominantes. As pesquisas de sociólogos foram incorporadas á cultura e á pratica das grandes empresas, dos partidos políticos, a preservação das estruturas econômicas. O sociólogo de nosso tempo passou a desenvolver o seu trabalhos, via de regra, em complexas organizações privadas ou estatais que financiam suas atividades e estabelecem os objetivos e as finalidades da produção do conhecimento sociológico. Com algumas tendências críticas da sociologia, principalmente as que receberam a influência do pensamento socialista, continuaram a orientar os objetivos e as pesquisas de diversos sociólogos. O apoio e o incentivo institucional em nossa época têm sido dados a sociólogos e a um tipo de sociologia que estão a serviço dos mecanismos de integração social e de reprodução das relações existentes. O sociólogo moderno foi absorvido na luta pela manutenção das relações de dominação, isto burocratizou e domesticou o seu trabalho. As três primeiras décadas do nosso século, algumas ciências sociais foram mais utilizadas do que outras como instrumentos para encontrar soluções para problemas concretos de funcionamento da ordem estabelecida. Isto permitiu que diversos sociólogos desenvolvessem no interior das universidades um conhecimento que não correspondia tão prontamente às exigências de conservação da dominação burguesa. Nas três primeiras décadas deste século, a burguesia se mostrava conservadora e belicista. Defrontou-se com o movimento dos operários organizado. Controlava até certo ponto as ameaças dos movimentos e dos grupos revolucionários. Dessa forma a burocratização do trabalho intelectual não era ainda uma realidade viva e concreta que aprisionava e inibia a imaginação dos sociólogos. Durante aquele período a sociologia conheceu uma de seus fases mais ricas em termos de pesquisa. Permaneceram, durante este período, no trabalho de diversos pesquisadores alguns temas de investigação que preocuparam os estudiosos clássicos, como a questão de divisão do trabalho, a formação histórica do capitalismo e dos mecanismos sociais que possibilitam o funcionamento da ordem social. Durkheim, realizou interessante trabalho sobre a importância dos contextos sociais para os indivíduos, focalizando a questão da memória social, e procurando evidenciar que, sem os diversos grupos que compõe a sociedade, como a família e o grupo religioso, o indivíduo não seria capaz de reconstituir o seu passado. Durante esse período, vários estudiosos buscaram formular e classificar os diferentes tipos de relações sociais que ocorrem em todas as sociedades, independente do tempo e lugar. Estes trabalhos proporcionaram a elaboração de vários conceitos fundamentais da sociologia. As investigações de campo, nos Estados Unidos, desenvolvidas principalmente pela Universidade de Chicago, possibilitaram um grande avanço no levantamento de dados empíricos. Os sociólogos de Chicago concentraram-se avidamente no estudo dos novos estilos de vida que surgiram na corrida de uma urbanização extremamente veloz, provocando, segundo a linguagem de alguns destes sociólogos, vários “problemas sociais” e uma situação de “desorganização urbana”. Estudiosos como William Thomas, Robert Park, foram fundamentais no desenvolvimento da pesquisa de campo na sociologia. Foram estes dois pesquisadores os responsáveis pela formação de uma atuante geração de sociólogos. Pode-se mencionar Lous Wirth, Herbert Blumer, Everett Hughes e vários outros. Embora tenha sido um período de indubitável progresso para a afirmação e sistematização da sociologia como ciência, fruto dos inúmeros estudos realizados nas três primeiras décadas deste século, de um modo geral eles possuíam algumas limitações. Na Alemanha, as tentativas de “completar” de “refinar” o método dialético, de “libertá-lo” de sua concepção “normativa” e “dogmática”, visavam claramente a minimizar e neutralizar a sua influência no meio acadêmico. A disputa entre a sociologia alemã e o marxismo possibilitou um avanço no conhecimento sobre a sociedade. Estudos elaborados no calor da polêmica com o marxismo, ao lado de algumas contribuições teóricas e empíricas, passaram a minimizar o papel dos fatos econômicos na interpretação da vida social. As grandes transformações por que passavam as sociedades europeias nas três primeiras décadas do nosso século foram também objeto de estudos por parte de teóricos que mantinham claras ou tênues ligações com o pensamento socialista. A questão do imperialismo foi analisada por Lênin e Rosa Luxemburgo. Orientados pelo pensamento de Marx, buscaram compreender as mudanças que ocorriam neste sistema, principalmente a contínua expansão provocada pelo fenômeno do imperialismo. Estas importantes contribuições geralmente foram negligenciadas pela sociologia. A verdade é que estes trabalhos, grosso modo não eram considerados “sociológicos” no meio acadêmico, o pensamento socialista, principalmente o marxista, não estava representado nos departamentos das universidades, era considerado neste meio como uma doutrina “econômica”. O desenvolvimento da sociologia na segunda metade do nosso século foi profundamente afetado pela eclosão das duas guerras mundiais. Tal fato não poderia deixar de quebrar a continuidade dos trabalhos que vinham sendo efetuados, interrompendo drasticamente o intercâmbio de conhecimentos entre as nações. Com a implantação de regimes totalitários em alguns países europeus, levou à perseguição de intelectuais e cientistas. Com isso houve a emigração de um número considerável de pesquisadores para a Inglaterra e Estados Unidos. O amadurecimento das forças econômicas e militares por parte dos Estados Unidos, assim como a destruição infligida aos seus rivais na guerra, possibilitaram a sua emergência como grande potência do mundo capitalista. A partir de então, a sociologia desenvolveu-se vertiginosamente na sociedade norte-americana. Passou por um acentuado reformismo, investigando temas relacionados com a “desorganização social”, centrando a sua atenção em questões urbanas, na integração de minorias étnicas e religiosas. O seu desenvolvimento seria estimulado e sustentado pelo “Estado-do-Bem-Estar-Social”, que passou a utilizar os conhecimentos sociológicos para implementar a sua política de conservação da ordem existente. A sociologia, a partir dos anos cinquenta, seria arrastada e envolvida na luta pela contenção da expansão do socialismo, pela neutralização dos movimentos de libertação das nações subjugadas pelas potências imperialistas e pela manutenção da dependência econômica e financeira destes países em face dos centros metropolitanos. O desenvolvimento empírico que a sociologia americana experimentou – os trabalhos da “Escola de Chicago” são um marco de referência a este respeito – levou vários estudiosos a se dedicarem com verdadeiro furor à criação de novos métodos e técnicas de investigação. Esta avalanche empirista, que influenciou várias gerações de sociólogos americanos, irradiando-se também para os outros centros de investigação dos países centrais do capitalismo e também da periferia, representou uma profunda ruptura com o estilo de trabalho que realizaram os clássicos da sociologia. Estudiosos como Weber, Marx, Durkheim, Comte e outros, trabalharam questões com significação histórica, enfocando por exemplo, a formação do capitalismo. A ruptura de algumas tendências significativas da sociologia contemporânea com relação às preocupações dos pensadores clássicos, ao lado de um reformismo conservador preocupado com os problemas dos “desajustes sociais”, de uma postura teórica antimarxista, e da adoção de uma ética positivista, tudo isso possibilitou à sociologia se firmar como ciência de uma prática conservadora. É neste contexto que surge a melancólica figura do sociólogo profissional, que passa a desenvolver as suas atividades de correção da ordem, adotando uma atitude científica “neutra” e “objetiva”. Na verdade, a institucionalização da sociologia como profissão e do sociólogo como “um técnico, um “profissional como outro qualquer, foi realizada a partir da promessa de rentabilidade e instrumentabilidade que os sociólogos passaram a oferecer a seus empregadores potenciais, como o Estado moderno, as grandes empresas privadas e os diversos organismos internacionais empenhados na conservação da ordem em escala mundial. A profissionalização da sociologia, orientada para legitimar os interesses dominantes, constitui campo fértil para uma classe média intelectualizada ascender socialmente. A profissionalização do sociólogo, moldada por esta lógica de dominação, acarretou-lhe, via de regra, a sua conservação em assalariado intelectual e a domesticação do seu trabalho. Um funcionalista convicto – Robert Mertom sublinhou os excessos de algumas análises funcionalistas que consideram a sociedade como algo coerente e organizado, bastante organizado. Assinala ele que nem todos os elementos culturais ou sociais contribuem para o equilíbrio social, pois alguns deles podem ter consequências incômodas para uma certa sociedade, dificultando o “bom funcionamento” de sua ordem. Ao lado de uma sociologia que estendeu suas mãos ao poder, não se pode deixar de mencionar as importantes contribuições proporcionadas por uma sociologia orientada por uma perspectiva crítica. Em boa media, esta sociologia tem permitido a compreensão da sociedade capitalista atual, das suas políticas de dominação e dos processos históricos que buscam alterar a sua ordem existente. Vimos anteriormente que a sociologia encontrou sua vocação crítica na tradição do pensamento socialista, que tem analisado a sociedade capitalista como um acontecimento histórico transitório e passageiro. São os autores clássicos e as novas expressões do pensamento socialista que têm colocado a sociologia em contato com os processos de transformação da sociedade. Em grande medida, a função do sociólogo de nossos dias é liberar sua ciência do aprisionamento que o poder burguês lhe impôs e transformar a sociologia em um instrumento de transformação social.
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Relatório Saraq 2010

O evento deu início às 20:50, com a formação da mesa pelo Diretor Geral da Faculdade e sua esposa: Íris Gonzaga Menezes, o Diretor Acadêmico: William Ferreira Silva o coordenador do curso de Administração Vinícius Bernardes Roberto Faria e por Samuel Albernaz Conferencista, Líder Classista, Consultor de Empresas e idealizador dos maiores eventos da categoria como: CONAD, ENAD, ENATO e ENAP.

Samuel Albernaz discursou por uns dez minutos. Fez uma homenagem aos Administradores pelos 45 anos da profissão, com um belo vídeo com a imagem de crianças, jovens e adultos, com a música de fundo de Louis Armstron, Que mundo maravilhoso, ressaltado pela frase: O SUCESSO DA NAÇÃO PASSA PELA ADMINISTRAÇÃO. Foi uma bela homenagem, emocionando a todos. E claro aproveitando a oportunidade convidando todos para o CONAD 2010. Fez o seu marketing.

Em seguida começou a palestra de Jussie Ramalho, o jornaleiro palestrante. Ele entrou de camiseta cavada, bermuda e sandálias. Com isso ele quis mostrar como somos visuais. Que só atendemos bem quem está “bem vestido” . Mostrou a importância de cada cliente dizendo que o real de um é o mesmo real do outro, de como se trata cordialmente todo e qualquer cliente, sem nenhuma distinção. Jussie contou sua trajetória de vida. Como conseguiu vencer as dificuldades e os obstáculos. Tem apenas a antiga 4ª do ensino fundamental. Mas é um homem de sucesso. Dono de uma banca de revistas, a BANCA PRÁTICA, uma das melhores de Natal. Através de uma modesta banca, ele se tornou um empresário de sucesso.

O que chamou atenção, é que ele fala sobre tudo aquilo que ele utiliza no seu dia a dia. Consegue explicar de forma simples e bem humorada, importantes temas da gestão de empresas, marketing pessoal e empresarial, vendas e do relacionamento humano. Ele diverte e emociona os participantes através de seu estilo inovador e de altíssimo alto astral.

Ele deu várias dicas riquíssimas de técnicas de venda, capacitação e relacionamento com clientes e sobre empreendedorismo, mostrando a relação entre trabalho e o sucesso, o sonho e a ação. Foi o que ele mais enfatizou: AÇÃO. Sair da zona de conforto: Inovar, sonhar, criar, agir e vender, eu quero eu posso eu faço, ter atitude, isto faz a diferença.

Foi uma ótima palestra, muito enriquecedora. Ele é muito cativante, sabe envolver o público e mantê-lo atento às suas colocações. Percebe-se que ele tem conhecimento, que fala daquilo que realmente sabe e vive. Um ótimo palestrante. O público por sua vez, manteve-se atento, comportou-se bem e participou quando foi solicitado.

O segundo dia foi a vez do palestrante Rafael Medeiros, Conferencista, Escritor e Consultor de sucesso. Ele falou sobre Liderança no Século XXI. Por ser um palestrante motivacional, não soube envolver o público e mantê-lo atento. Rico em conhecimento, mas não tem o mesmo carisma do primeiro palestrante.

Rafael fez suas colocações sobre liderança. Falou muito sobre sonhos. Um bom líder é aquele que sabe sonhar e incentivar os sonhos de seus liderados. Que sabe integrar espiritualidade, pessoas e tecnologia. Que tem sensibilidade, que sabe trabalhar com equipes híbridas(pessoas diferentes culturalmente). Que sabe ser Agregador, Democrático e Coach(treinador, preparador). O Líder do século XXI, sabe fazer parcerias, orientar, inovar, tem a capacidade de trabalhar com Capital Intelectual, Espiritual e Emocional. Rafael Medeiros deu ótimas dicas de como ser um Líder.

Ele teve que chamar a atenção do público por várias vezes. O público não se manteve atento, houve conversas paralelas e muitos se levantaram e foram embora. Usou o recurso data show, mas passava muito rápido. Se preocupou muito com o tempo. Passava de um assunto para outro de forma rápida, se não estivesse muito atento perdia o foco. Percebe-se que é altamente qualificado, falta-lhe ser mais cativante, envolvente.
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quarta-feira, 7 de julho de 2010

A Revolução dos Bichos

1 – O livro com suas metáforas revela várias espécies de autoritarismo. Faça comentário do livro e das formas de autoritarismo que o Brasil vivencia hoje. (familiar, religioso, estatal) etc.

Apesar do livro ter sido escrito em 1945, ele continua atual e universal. Por isso o livro é um clássico.

A Revolução dos Bichos foi inspirado na Revolução Russa. É uma sátira sobre o mito soviético e da ditadura stalinista. A analogia fica explícita quando o autor enfatiza alguns paralelos nos episódios: a expulsão de Bola-de-Neve, a reescritura dos Dez Mandamentos, os julgamentos de inocentes e as execuções em massa são fatos representados com grande nitidez.

Na fábula fica nítida a exposição de dois tipos de dominação. O da sedução através do poder de persuasão do porco Garganta e o da dominação pela força bruta, o totalitarismo, a ditadura de Napoleão. Quem se rebelasse era punido fisicamente, torturado e levado à morte.

Com relação ao nossos dias podemos perceber vários tipos de autoritarismo impregnados em nossa cultura. Por exemplo o Patriarcalismo, que é baseado na aceitação da predominância do homem sobre a mulher. Apresenta grande vitalidade como podemos perceber pelas diferenças salariais entre homens e mulheres para funções idênticas, pelo maior número de homens em posição de chefia e direção, na violência doméstica e devemos citar o cinismo dos sistemas de cotas nos cargos políticos. Percebemos também o autoritarismo no Sistema de Ensino que em várias situações é imposto e não participativo, que confundem autoridade com autoritarismo. Vemos também o autoritarismo religioso, o fato de feriados nacionais os “dias santos”: “Dia de Nossa Senhora Aparecida”, “Sexta-feira da Paixão”, “Corpus Christi”, nenhum outro “dia santo” como dos judeus, budistas ou muçulmanos são considerados feriados nacionais e nem de outra religião.

2 – Discorra a questão ética no livro e nas organizações formais brasileiras.

Concretizada a Revolução na Granja, surge a necessidade de organização. Para isso os porcos foram escolhidos, por serem mais inteligentes, para liderar a granja. As mudanças começaram a surgir. Em um primeiro momento, uma sociedade com ideais igualitários demonstrados através de Bola-de-Neve, um dos líderes da Revolução. Mas em um segundo momento, Napoleão também um dos líderes da revolução, dá um golpe em seu parceiro e o expulsa da granja. Depois disto Bola-de-Neve é tido com um traidor da Revolução.

A partir deste momento Napoleão implanta seu sistema ditatorial. Não possui ética, código de honra. Ele fazia tudo de acordo com seus interesses, enganou a todos. Tornou-se um ditador cruel, feroz e insensível. Feriu todos os princípios éticos de antes.

Nas organizações formais brasileiras também temos exemplos de falta de ética, a perda de valores. Pessoas que puxam o tapete de seus colegas, em muitas situações usam até mesmo de ameças e violência, para conseguir sobressair. Vemos também a falta de ética das próprias organizações com relação aos seus concorrentes. Que muitas vezes utilizam de meios e recursos antiéticos para levarem vantagens, como por exemplo a “espionagem industrial”.

3 – Os ideais igualitários conquistam muitos adeptos infelizmente são corroídos pela própria natureza humana. Fale sobre este aspecto no livro e na vida real.

Temos no exemplo de “A Revolução dos Bichos”, o velho Major, sábio, respeitado, que espalha entre os animais da granja, os seus ideais igualitários. Bola-de-Neve, um dos líderes que ajuda na Revolução, acredita nestes mesmos ideais, mas é expulso da granja e considerado como um traidor da Revolução. Napoleão que no início parecia compartilhar dos mesmo ideais acaba demonstrando outra personalidade. É partidário do totalitarismo, torna-se um ditador sanguinário, que a custa de força e opressão, não permite nem uma oposição a sua autoridade.

Os cavalos Sansão e Quitéria, representam o proletariado, não tem acesso às informações e por isso são manipuláveis e acreditam, sem questionar, em tudo que Garganta lhes diz. Este por sua vez representa os sistemas de propagandas dos regimes de política centralizados e ditatoriais.

Apesar do livro ter sido escrito em 1945, ainda hoje, podemos aplicá-lo a nossa própria realidade. A manipulação de informações por parte dos governos em prol de seus interesses ou a tão sonhada igualdade social, prevista por Marx e que ainda não chegou.
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